1 – Ouro e diamantes: as primeiras mudanças da colônia.
Os bandeirantes paulistas tinham certeza de que havia ouro
nas terras do Brasil, sabiam disso porque o metal e as pedras preciosas eram
abundantes na América inteira e não podia ser diferente por aqui. Depois de
algum tempo procurando a confirmação veio em 1965, no Rio das Velhas (MG),
próximo às atuais Sabará e Caeté e também foi encontrado, posteriormente, em
Goiás, Bahia e Mato Grosso. Ao lado do ouro surgiram os diamantes, mas não
tiveram tanta importância econômica.
A exploração de metais preciosos teve efeitos na Colônia e na
Metrópole, a busca pelo ouro ocasionou a primeira grande onda migratória da
Metrópole para a Colônia. Na questão econômica esse ouro deu um certo alívio
financeiro para Portugal, o país havia assinado com a Inglaterra o Tratado de
Methuen, onde se comprometia a comprar os tecidos ingleses em troca da
tributação dos vinhos portugueses por parte dos britânicos que reduziria o
imposto sobre a produto para um terço em relação aos vinhos de outra origem.
Como os vinhos eram mais baratos que os tecidos a balança comercial lusitana
estava desequilibrada, a não ser pelo ouro que garantia a sua estabilidade.
Assim o ouro colonial realizou um ciclo triangular garantindo
o acumulo de capital para a Inglaterra, garantindo as construções ordenadas por
D. João VI em Portugal e enriquecendo relativamente a região mineira no Brasil.
A economia açucareira nordestina foi afetada pela extração de
ouro, pois perdeu grande parte do contingente algumas pessoas buscavam
enriquecimento com a mineração e o preço do escravo aumentou devido à grande
procura. O eixo administrativo se deslocou para o Centro-Sul. Em 1763, a capital
do Vice-Reinado foi transferida para o Rio de Janeiro, isso porque o lugar era
mais próximo da região mineradora e virou o único porto que o governo português
permitia o embarque de ouro. A economia mineradora gerou uma interação entre as
demais áreas da Colônia, gado e alimentos vinham da Bahia, do Sul além do gado
vieram as mulas necessárias para o transporte, e a feira de Sorocaba no
interior de São Paulo se tornou parada obrigatória de viajantes.
2 – O controle das minas.
A coroa realizou uma intervenção regulamentadora para a
extração de metais preciosos, foi a mais ampla até então já realizada. Essas
medidas foram tomadas para proveito próprio e para evitar o caos durante a
corrida pelo ouro.
Foram criados dois sistemas básicos para evitar o contrabando:
- O quinto – a quinta
parte de todos os metais extraídos deveria pertencer ao rei.
- A capitação –
imposto cobrado por cabeça de escravo, por mineradores livres ou por
estabelecimento.
Durante o início das atividades mineradoras a Câmara de São
Paulo reivindicou, junto ao rei de Portugal, que somente aos moradores da Vila
de São Paulo fosse dado o direito de exploração das minas. Por haver um grande
número de brasileiros não paulistas que já explorava o local a reivindicação se
tornou inviável. Os paulistas se revoltaram e iniciaram a Guerra dos Emboabas
(1708-1709). Os paulistas foram derrotados, mas conseguiram com que fosse
criada a Capitania de São Paulo e Minas do Ouro (1711), posteriormente Minas se
tornaria uma Capitania separada (1720).
Em 1719, devido aos altos índices de contrabando foram
criadas as Casas de Fundição, locais onde o ouro era transformado em
barras, selado e quintado. O ouro saia delas e era escoltado pelos Dragões. A
criação dessas casas aumentou a insatisfação das pessoas e deu origem à Revolta
de Vila Rica. As principais exigências eram: a redução do preço dos alimentos e
a anulação do decreto que criava as casa de fundição. A revolta foi reprimida e
seus líderes presos e mortos.
Ouro das casa de fundição, numerados, datados e com o carimbo da coroa portuguesa. |
O governo português tentou evitar que a nova capitania se
transformasse em território livre, estabeleceu leis de emigração em Portugal,
ou seja, evitar que portugueses saíssem da metrópole para a colônia e a entrada
de frades foi proibida e determinou ainda que todos os desocupados fossem
presos (1738).
A Coroa também buscou impedir um desequilíbrio entre as regiões
da Colônia. Foi proibido o comércio de produtos importados da Metrópole entre
Bahia e as minas, para facilitar a vigilância vários acampamentos foram
transformados em vilas. Também foram criadas juntas de julgamento e nomeou
ouvidores que julgavam questões e supervisionava a arrecadação do quinto. Também
foram enviados os Dragões soldados que evitavam revoltas e as milícias se
formavam para casos de emergência.
As grandes distâncias e a corrupção foram fatores que
dificultaram as ações de segurança da Coroa.
3 – A sociedade.
Devido grande movimento de pessoas de várias classes sociais
para a região das minas, ali se formou uma sociedade própria. Grande parte
dessas pessoas tinham interesses não relacionados aos da Metrópole o que deu
origem a uma série de revoltas e conspirações. A proibição da entrada das ordens religiosas na região das
Minas fez com que ordens religiosas leigas surgissem e patrocinassem a construção
de igrejas ao estilo barroco.
Painel “A Última Ceia” (Colégio do Caraça – 1828). A única obra de cavalete realizada pelo Pintor. Obra do estilo Barroco o mais difundido durante o Ciclo do Ouro. |
A Última Ceia escultura de Francisco da Silva Lisboa, o Aleijadinho. |
Matriz de Santo Antônio - Cidade de Tiradentes parte interna, a igreja que foi esculpida por Aleijadinho é considerada uma das mais ricas do período. |
Na base da sociedade estavam os escravos, muitos trabalhavam
na mineração que era uma atividade pesada, quando a exploração saiu dos leitos
dos rios e passou para a exploração em minas a situação piorou, a vida útil de
um escravo tinha em média de 7 a 12 anos. Nesse período o número de exportação
de escravos aumentou para suprir esse número de inutilizados.
O número de mestiços também cresceu, assim como o número de
alforrias, embora seja motivo de discussão entre historiadores, acredita-se que
isso ocorreu porque a decadência da produção de ouro fez com que muitos
proprietários não conseguissem manter os seus escravos. Além dos escravos haviam homens livres que formavam uma classe intermediária de comerciantes, funcionários públicos, advogados, etc.
A sociedade das minas não era rica. No início os exploradores
só se focaram na extração mineral o que ocasionou uma carência principalmente
de alimentos, além de uma inflação que atingiu toda a Colônia. Com o passar do
tempo ocorreu uma diversificação na economia o que tornou a sociedade mineira
rica e próspera, essa riqueza está exposta nas construções e obras históricas
das sociedades mineradoras.
No entanto, essa riqueza não estava dividida igualmente, mas
sim concentrada nas mãos de poucos, principalmente de um grupo que não se
dedicava somente à extração mineral. O período de apogeu da sociedade do ouro
foi curto, de 1733 a 1748. O retrocesso da região foi nítido, a população de
Ouro Preto, por exemplo, caiu de 20 mil para 7 mil em 60 anos. Porém esse
retrocesso não atingiu toda a Capitania de Minas Gerais, que se manteve graças à
pecuária, à agricultura e, mais tarde, à manufatura.
muito bom gostei
ResponderExcluirgostou ? seu borgãos .
Excluireu falei resumo , isso dai é oque ? é o livro todo né ? affs -- HORRÍVEL .
ResponderExcluirkkkkkkkkkk
Excluirnunca teve a coragem de fazer um resumo não??? hoorrivel, faz um melhor então..
e tão horrivel vc nao tem coregem de fazer um melhor esse resumo ta otimo ta !!! Gisele inseta veia
ExcluirAdorei,principalmente pq isto é tudo q eu preciso para fazer o meu trabalho
ResponderExcluir:D
Este comentário foi removido pelo autor.
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