quinta-feira, 7 de março de 2013

Africanos no Brasil: dominação e resistência.


1 – De onde eram?

Os africanos, contra a sua vontade, começaram a vir para o Brasil com mais intensidade com o avanço das plantações de cana-de-açúcar no nordeste na segunda metade do século XVI.
Esses povos vieram de diversas partes da África com características físicas, culturais, religiosas e línguas diferentes. Grande parte deles vieram da costa oeste do continente africano e de regiões localizadas ao Sul do equador, alguns grupos vieram de Moçambique na costa leste.
Os africanos não eram conhecidos por sua etnia, mas sim pelo nome do porto ou da região onde haviam embarcado. Assim teremos nomes de grupos como os cabinda e os "minas" estes vindos da Costa do Marfim, antigamente conhecida como São Jorge da Mina).

2 – Guerra e Escravidão.

O tráfico de escravos era um negócio lucrativo com africanos, europeus e brasileiros[1] participando. O comércio de escravos funcionava da seguinte maneira: os traficantes forneciam tabaco, aguardente, pólvora e armas de fogo aos chefes africanos em troca exigiam prisioneiros de guerra; de posse das armas os chefes africanos faziam guerra obtendo prisioneiros; e por fim, esses prisioneiros eram negociados com traficantes que depois os vendiam na América como escravos.



3 – Os africanos e suas culturas.

Os africanos trouxeram para cá, não só a sua força de trabalho, mas também a sua cultura, modo de falar, de se comportar, culinária e religião.
Na culinária temos como exemplo o Bobó de Camarão prato à base de camarão e mandioca temperado com pimenta e azeite de dendê, o Vatapá prato que tem como base camarão e peixe, também leva frutas oleaginosas como o amendoim e a castanha além do tradicional azeite de dendê. O quibebe é uma “Espécie de purê elaborado com abóbora do tipo cabotian, normalmente temperado com alho e cebola”[2] o vocábulo provavelmente seria de origem africana do termo quimbundo “Kibebe”, que significa papa de abóbora[3].
O mungunzá é um doce feito de milho branco e coco contendo também canela e cravos, esse prato é utilizado também em rituais tanto da umbanda quanto do candomblé.


Bobó de camarão.

Mungunzá.

Quibebe

Vatapá


Na nossa língua temos algumas palavras de origem africana como, por exemplo: Angu: massa de farinha de trigo ou de mandioca ou arroz.
Batuque: dança com sapateados e palmas.
Banguela: desdentado.
Cafuné: carinho.
Ginga: Movimento corporal na capoeira, na dança e no futebol.

No campo da religião temos um problema com as más interpretações principalmente feitas pelos líderes e adeptos do cristianismo. As religiões africanas ou afro-brasileiras são vistas como maléficas e seus adeptos como bruxos que praticam magias para conseguir as coisas, normalmente conhecemos essas religiões pelo nome pejorativo de macumba.  O termo "macumba" também é utilizado, da mesma forma, para designar a oferenda para os Orixás quando o correto é ebó. No entanto, na verdade, esse termo refere-se ao instrumento musical.

Temos dois ramos de religiões afro-brasileiras bastante conhecidas o Candomblé e a Umbanda.
O Candomblé, ao contrário do que se pensa, é uma religião que nasceu em solo brasileiro e também é praticada em outros países da América do Sul e Central. Trata-se de uma religião politeísta na qual os Orixás são os deuses, cada um deles tem uma personalidade que influencia os praticantes dessa religião, quando um orixá influência uma pessoa essa é chamada de “filha(o) de Santo”, essa personalidade do orixá pode misturar-se com a de outros o que faz a pessoa tenha características de mais de um orixá.
Os deuses do candomblé também são detentores da tristeza e da felicidade dos seus “filhos”, quando vemos uma oferenda nada mais é do que um pedido feito por um “filho” para o seu orixá. Nessa religião também não comportamentos certos ou errados e nem bons e maus[4].
Já a Umbanda é um pouco diferente, ela possui elementos de diversas culturas que ajudaram a formar o Brasil, possui elementos do espiritismo kardecista, cultos afro-brasileiros, catolicismo, de rituais indígenas e até alguma influência de ideias esotéricas. Essa religião adota em seu culto personagens urbanos e caboclos indígenas também acreditam na reencarnação como os kardecistas e também fazem diferenciação entre o bem e o mal. As entidades umbandistas vêm do catolicismo, ou seja, os santos católicos, sendo São Jorge um dos mais famosos.

4 – A travessia.

No litoral africano homens, mulheres e crianças embarcavam nos navios negreiros, embarcações pequenas e precárias. As viagens duravam pouco mais que um mês, a água potável era pouca assim como a comida, alguns escravos se arriscavam a tomar água do mar e por isso adoeciam.
Chegando ao Brasil os escravos eram avaliados, examinados e comprados, o preço variava de acordo com sexo e idade. Como eram propriedade de outra pessoa os escravizados podiam ser vendido, alugados ou leiloados.
“No Império, os traficantes eram considerados empresários de sucesso e possuíam um status social elevado, armando embarcações com destino à África, servindo-se de uma rede de fornecedores e agentes comerciais em vários países e empregando muitas pessoas. Até 1831 estiveram entre os homens mais ricos do Império, com ligações estreitas com a Corte e representantes na Câmara de Deputados, além de contar com a conivência da polícia e das autoridades locais. Somente após 1850, com a Lei Euzébio de Queiroz, começaram a ser qualificados como “piratas”, tendo muitas vezes de fugir para o exterior.

No entanto, sob a proteção dos latifundiários, que como compradores de escravos jamais foram punidos, foram autorizados a voltar a viver no país já nos anos 1860 e incentivados a aplicar suas fortunas em outros negócios, como a agricultura. De certa forma, portanto, a participação de brasileiros no tráfico negreiro e as benesses que receberam fazem parte de um processo que ajudou a plasmar as elites do país nas entranhas da sociedade escravocrata brasileira”·.


Foto de um navio negreiro.


5 – O Trabalho.

No Brasil, o trabalho escravo predominou em quase todos os setores econômicos.
Além do setor da produção de açúcar, foi empregado também: na agricultura de abastecimento interno; na criação de gado
nas pequenas manufaturas; no trabalho doméstico; e em toda ordem de ocupações urbanas.
O trabalho de escravo durava entre 12 e 15 horas por dia. O trabalho braçal na agricultura, na carpintaria e de ferreiro era mais comum aos homens, já as mulheres se ocupavam de trabalho domésticos comércio, cuidando de doentes etc. Havia também africanos libertos que conseguiam sua alforria[5].



[1] Pessoa nascida na parte da América onde hoje é o Brasil.
[2] http://www.dicionarioinformal.com.br/quibebe/
[3] http://www.conceitoted.com/2011/09/o-que-significa-quibebe.html
[4] CARMO, João Clodomiro do.O que é candomblé?. São Paulo: Brasiliense, 1987.

segunda-feira, 4 de março de 2013

A sociedade mineradora. Resumo baseado no livro História do Brasil de Boris Fausto.

1 – Ouro e diamantes: as primeiras mudanças da colônia.


Os bandeirantes paulistas tinham certeza de que havia ouro nas terras do Brasil, sabiam disso porque o metal e as pedras preciosas eram abundantes na América inteira e não podia ser diferente por aqui. Depois de algum tempo procurando a confirmação veio em 1965, no Rio das Velhas (MG), próximo às atuais Sabará e Caeté e também foi encontrado, posteriormente, em Goiás, Bahia e Mato Grosso. Ao lado do ouro surgiram os diamantes, mas não tiveram tanta importância econômica.
A exploração de metais preciosos teve efeitos na Colônia e na Metrópole, a busca pelo ouro ocasionou a primeira grande onda migratória da Metrópole para a Colônia. Na questão econômica esse ouro deu um certo alívio financeiro para Portugal, o país havia assinado com a Inglaterra o Tratado de Methuen, onde se comprometia a comprar os tecidos ingleses em troca da tributação dos vinhos portugueses por parte dos britânicos que reduziria o imposto sobre a produto para um terço em relação aos vinhos de outra origem. Como os vinhos eram mais baratos que os tecidos a balança comercial lusitana estava desequilibrada, a não ser pelo ouro que garantia a sua estabilidade.
Assim o ouro colonial realizou um ciclo triangular garantindo o acumulo de capital para a Inglaterra, garantindo as construções ordenadas por D. João VI em Portugal e enriquecendo relativamente a região mineira no Brasil.
A economia açucareira nordestina foi afetada pela extração de ouro, pois perdeu grande parte do contingente algumas pessoas buscavam enriquecimento com a mineração e o preço do escravo aumentou devido à grande procura. O eixo administrativo se deslocou para o Centro-Sul. Em 1763, a capital do Vice-Reinado foi transferida para o Rio de Janeiro, isso porque o lugar era mais próximo da região mineradora e virou o único porto que o governo português permitia o embarque de ouro. A economia mineradora gerou uma interação entre as demais áreas da Colônia, gado e alimentos vinham da Bahia, do Sul além do gado vieram as mulas necessárias para o transporte, e a feira de Sorocaba no interior de São Paulo se tornou parada obrigatória de viajantes.

2 – O controle das minas.

A coroa realizou uma intervenção regulamentadora para a extração de metais preciosos, foi a mais ampla até então já realizada. Essas medidas foram tomadas para proveito próprio e para evitar o caos durante a corrida pelo ouro.
Foram criados dois sistemas básicos para evitar o contrabando:

  • O quinto – a quinta parte de todos os metais extraídos deveria pertencer ao rei.
  • A capitação – imposto cobrado por cabeça de escravo, por mineradores livres ou por estabelecimento.

Durante o início das atividades mineradoras a Câmara de São Paulo reivindicou, junto ao rei de Portugal, que somente aos moradores da Vila de São Paulo fosse dado o direito de exploração das minas. Por haver um grande número de brasileiros não paulistas que já explorava o local a reivindicação se tornou inviável. Os paulistas se revoltaram e iniciaram a Guerra dos Emboabas (1708-1709). Os paulistas foram derrotados, mas conseguiram com que fosse criada a Capitania de São Paulo e Minas do Ouro (1711), posteriormente Minas se tornaria uma Capitania separada (1720).
Em 1719, devido aos altos índices de contrabando foram criadas as Casas de Fundição, locais onde o ouro era transformado em barras, selado e quintado. O ouro saia delas e era escoltado pelos Dragões. A criação dessas casas aumentou a insatisfação das pessoas e deu origem à Revolta de Vila Rica. As principais exigências eram: a redução do preço dos alimentos e a anulação do decreto que criava as casa de fundição. A revolta foi reprimida e seus líderes presos e mortos.

Ouro das casa de fundição, numerados, datados e com o carimbo da coroa portuguesa.


O governo português tentou evitar que a nova capitania se transformasse em território livre, estabeleceu leis de emigração em Portugal, ou seja, evitar que portugueses saíssem da metrópole para a colônia e a entrada de frades foi proibida e determinou ainda que todos os desocupados fossem presos (1738).
A Coroa também buscou impedir um desequilíbrio entre as regiões da Colônia. Foi proibido o comércio de produtos importados da Metrópole entre Bahia e as minas, para facilitar a vigilância vários acampamentos foram transformados em vilas. Também foram criadas juntas de julgamento e nomeou ouvidores que julgavam questões e supervisionava a arrecadação do quinto. Também foram enviados os Dragões soldados que evitavam revoltas e as milícias se formavam para casos de emergência.
As grandes distâncias e a corrupção foram fatores que dificultaram as ações de segurança da Coroa.

Uma das formas de contrabando do ouro era esconder o mineral dentro de estátuas de madeira de santos, essa prática deu origem ao termo "santo do pau oco" utilizado quando dizemos que uma pessoa não é aquilo que ela aparenta ser.


3 – A sociedade.

Devido grande movimento de pessoas de várias classes sociais para a região das minas, ali se formou uma sociedade própria. Grande parte dessas pessoas tinham interesses não relacionados aos da Metrópole o que deu origem a uma série de revoltas e conspirações. A proibição da entrada das ordens religiosas na região das Minas fez com que ordens religiosas leigas surgissem e patrocinassem a construção de igrejas ao estilo barroco.   

Painel “A Última Ceia” (Colégio do Caraça – 1828). A única obra de cavalete realizada pelo Pintor. Obra do estilo Barroco o mais difundido durante o Ciclo do Ouro.
A Última Ceia escultura de Francisco da Silva Lisboa, o Aleijadinho.


Matriz de Santo Antônio - Cidade de Tiradentes parte interna, a igreja que foi esculpida por Aleijadinho é considerada uma das mais ricas do período.


Na base da sociedade estavam os escravos, muitos trabalhavam na mineração que era uma atividade pesada, quando a exploração saiu dos leitos dos rios e passou para a exploração em minas a situação piorou, a vida útil de um escravo tinha em média de 7 a 12 anos. Nesse período o número de exportação de escravos aumentou para suprir esse número de inutilizados.
O número de mestiços também cresceu, assim como o número de alforrias, embora seja motivo de discussão entre historiadores, acredita-se que isso ocorreu porque a decadência da produção de ouro fez com que muitos proprietários não conseguissem manter os seus escravos. Além dos escravos haviam homens livres que formavam uma classe intermediária de comerciantes, funcionários públicos, advogados, etc.
A sociedade das minas não era rica. No início os exploradores só se focaram na extração mineral o que ocasionou uma carência principalmente de alimentos, além de uma inflação que atingiu toda a Colônia. Com o passar do tempo ocorreu uma diversificação na economia o que tornou a sociedade mineira rica e próspera, essa riqueza está exposta nas construções e obras históricas das sociedades mineradoras.
No entanto, essa riqueza não estava dividida igualmente, mas sim concentrada nas mãos de poucos, principalmente de um grupo que não se dedicava somente à extração mineral. O período de apogeu da sociedade do ouro foi curto, de 1733 a 1748. O retrocesso da região foi nítido, a população de Ouro Preto, por exemplo, caiu de 20 mil para 7 mil em 60 anos. Porém esse retrocesso não atingiu toda a Capitania de Minas Gerais, que se manteve graças à pecuária, à agricultura e, mais tarde, à manufatura. 


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A marcha da colonização na América portuguesa.


Durante o século XVI os portugueses só haviam ocupado a parte litorânea do território que hoje pertence ao Brasil, isso acontecia por causa do difícil acesso ao interior oferecido pelas barreiras naturais e também pela resistência oferecida pelos indígenas.
O avanço só foi possível pelas ações dos soldados, dos bandeirantes, dos jesuítas e dos criadores de gado.

1 –A ocupação.

  • Soldados – para evitar que piratas europeus como os holandeses, franceses, e ingleses invadissem o litoral brasileiro a União Ibérica enviava soldados para proteger o litoral. Esses soldados ergueram fortes que estão na origem de várias capitais brasileiras.

  • Os bandeirantes – No início da colonização o governo português organizou as entradas, expedições oficiais que entravam pelo sertão  para procurar ouro e pedras preciosas. Já as bandeiras eram expedições particulares que saíam de São Paulo com o objetivo de capturar índios e achar ouro e pedras preciosas.

"Bartolomeu Bueno da Silva ganhou o codinome de Anhangüera – em tupi guarani significa homem que faz fogo – porque quando estava nas Guianas, então terras brasileiras, procurando ouro e pedras preciosas, foi cercado por vários índios, que o ameaçaram de morte. Para se livrar da situação, ateou fogo em um pouco de álcool, produto desconhecido dos índios, que pensavam tratar-se de água. O bandeirante ameaçou fazer o mesmo em todo o rio. Assustados, os nativos entregaram todo o ouro de que dispunham. Acompanharam-no de volta à Capitania de São Paulo e ainda se dispuseram a ser seu exército. A obra foi concebida em Gênova, na Itália pelo escultor Luiz Brizzolara e inaugurada em 11 de agosto de 1924, nos jardins do Palácio dos Campos Elíseos. Depois de 11 anos foi transferida para a frente do parque Trianon." http://www.monumentos.art.br/monumento/anhanguera 

Domingos Jorge Velho, o bandeirante (DETALHE)
Benedito Calixto (Brasil 1853 — 1927). 

     São Paulo, a capital bandeirante - o povoado de São Paulo, ao contrário das cidades açucareiras da Região Nordeste, teve um crescimento lento. Os paulistas daquela época pensavam que o enriquecimento poderia vir do sertão. Por isso decidiram organizar expedições chamadas bandeiras. Essas eram formadas normalmente por sertanistas experientes, jovens brancos, alguns mamelucos e índios que serviam de guias.
Existiram três tipos de bandeirismo: caça ao índio, busca de ouro e diamantes e o de contrato.

      A caça ao índio – Eram as expedições que invadiam missões para escravizar índios. As principais bandeiras desse tipo foram chefiadas por Raposo Tavares.

A Rodovia Raposo Tavares possui a mesma rota do bandeirante.

      A busca de ouro e diamantes – Expedições que iam em busca de pedras preciosas e ouro, a principal que depois deu origem a outros caminhos foi guiada por Fernão Dias, quando os bandeirantes encontraram ouro passaram a organizar as monções que eram expedições comerciais feitas de canoa que seguiam pelos leitos dos rios.

Fernão Dias Paes Leme, escultura exposta no Museu Paulista.

      O sertanismo de contrato – Eram as bandeiras contratadas por grandes donos de terras para combater índios e afrodescendentes que fugiam da escravidão. A mais conhecida foi a que derrotou o Quilombo dos Palmares, em 1694.

Resistência Indígena – os índios não aceitavam a dominação portuguesa, eles resistiam por meio de revoltas, suicídio e fugas para o interior. Os indígenas, mesmo com armamento inferior conseguiram vencer duas batalhas importantes Caasapaguaçu, em 1638, e a de M´boboré, em 1641.

  • Os jesuítas – As missões eram locais onde os índios trabalhavam e eram iniciados no Catolicismo. Muitos jesuítas combateram a escravidão indígena, em 1680 o Padre Antônio Vieira conseguiu que o rei de Portugal aprovasse o fim da escravidão indígena o que gerou revoltas, principalmente no Estado de Grão Pará e Maranhã. A Revolta de Beckman – foi uma revolta ocorrida no Grão-Pará e Maranhão, liderada por Manuel Beckman, que se iniciou com a lei que pôs fim à escravidão indígena que era mão-de-obra principal do comércio e extração das drogas do sertão. Para não deixar os colonos sem assistência o governo português criou a Companhia de Comércio do Maranhão que tinha como função vender escravos africanos, além de ferramentas e roupas, mas a companhia não cumpriu o acordo e a revolta começou com ataques aos armazéns da companhia e ao colégio dos jesuítas em São Luís, os rebeldes foram reprimidos e Manuel Beckman foi condenado à morte.
  • A Criação de Gado – o gado foi introduzido na Região Nordeste para mover os moedores de cana, mas como pisavam e amassavam a plantação, o gado começou a ser criado em regiões mais afastadas, a resistência dos bovinos ao clima seco também favoreceu a sua entrada para o interior do nordeste. A criação de gado no sul do Brasil começou depois da destruição das missões, os animais que ali eram criados se espalharam pela região e começaram a atrair pessoas que caçavam o gado e usufruíram dos recursos obtidos (couro, carne, etc). Essa exploração levou os portugueses a ocuparem terras até o sul do território que hoje pertence ao Uruguai. O charque (carne seca produzida no sul do Brasil) e os animais serviam à mineração na região Centro-Sul.

2 – A formação das fronteiras do Brasil.

·        Tratado de Utrecht (1713) – feito entre Portugal e França definiu o Rio Oiapoque a fronteira ao norte do Brasil entre a Guiana Francesa.

Fronteira com a Guiana Francesa no Rio Oiapoque.

·        Tratado de Madri (1750) – estabeleceu que a Colônia de Sacramento pertencia à Espanha e que a área dos Sete Povos das Missões pertenceria a Portugal.

http://araoalves.blogspot.com.br/2012/06/sugestao-de-estudo-complementar-para-o.html


·        Tratado de Santo Ildefonso (1777) – Os espanhóis ficaram com o território dos Sete Povos das Missões e da Colônia de Sacramento e devolviam a Portugal terras ocupadas do atual Rio Grande do Sul.

csm7anoa.pbworks.com

·        Tratado de Badajós (1801) – Os portugueses ficaram com o território dos Sete Povos das Missões e a Espanha com a Colônia de Sacramento.

Os últimos dois tratados foram necessários por causa da resistência guarani nas terras da Sete Povos das Missões, essa resistência ficou conhecida como Guerra Guaranítica, nesse período ganhou fama o cacique Sepé Tiaraju que liderou os índios na resistência e acabou sendo criada uma imagem mítica sobre sua história.

Painel em azulejos de Danúbio Gonçalves  Painel que conta a História do Rio Grande do Sul.

No detalhe do painel acima está o Cacique Sepé Tiaraju.
http://eugeniohansenfotos.blogspot.com.br/2009/01/memorial-da-epopia-riograndense-danbio.html